No dia 20 de abril de 1987 chegava às lojas Never Let Me Down, décimo sétimo álbum de David Bowie. Você confere as faixas do David Bowie na programação da FWR.
A capa de Never Let Me Down fala por si. Uma mistura maluca de fontes soletra o nome de Bowie; há um anel de fogo e uma escada de desenho animado, uma cidade rabiscada e uma nuvem de algodão delineada. Há uma cortina vermelha puxada para trás para revelar um mar; uma escada de corda; um homem negro sem camisa com uma asa visível (provavelmente um dos anjos do vídeo Day-In Day-Out) escondido atrás de uma cortina com uma câmera de vídeo na mão. No meio está o que parece ser um palco de circo, do qual salta Bowie, o cabelo comprido e esvoaçante, calça vermelha combinando com os vários tons de escarlate. É uma bagunça quente, em resumo, e Bowie parece nada mais do que um animal de circo preso, desesperado para escapar.
Isso resume Never Let Me Down, um dos álbuns de maior sucesso de Bowie, apesar de ser um fracasso crítico. O próprio Bowie disse mais tarde: “Meu ponto mais baixo foi Never Let Me Down. Foi um álbum horrível".
Bowie trouxe velhos amigos para Never Let Me Down. Carlos Alomar estava de volta à guitarra base enquanto o amigo de infância Peter Frampton assumia a liderança. O talentoso Erdal Kızılçay tocou vários instrumentos. Mickey Rourke participou de um rap em Shining Star (Makin’ My Love) e Carmine Rojas voltou ao baixo. As peças estavam todas no lugar, a banda estava ajustada, mas para os críticos, algo saiu errado.
Seja qual for a causa, há uma qualidade impecável no álbum, muitos estilos musicais e muitos músicos em cada música. Se para os críticos que têm dificuldade em aceitar o acessível Never Let Me Down, há Time Will Crawl, faixa bonita e assustadoramente profética.