No dia 28 de abril de 2008 era lançado Third, terceiro álbum de estúdio da banda inglesa Portishead. Você confere as faixas do Portishead na programação da FWR.

O mistério arde no coração do Portishead. Desde o início, eles pareciam uma aparição, como se sua estreia elegante, Dummy, simplesmente se materializasse do éter em 1994, quando sua imponente mistura de ritmos em loop, samples de trilha sonora dos anos 60 e vocais de canto condenado tivessem apenas uma conexão tênue com os compatriotas de Bristol como Massive Attack e Tricky. Em pouco tempo, o som único do Portishead foi explorado por outros, ouvido em clubes chiques e jantares sofisticados em ambos os lados do Atlântico, um desenvolvimento que irritou o trio instintivamente, recuando para o cantos mais sombrios de seu som em seu segundo álbum homônimo de 1997, antes de desaparecer de volta no éter, sem deixar nenhuma indicação de quando eles voltariam, se é que voltariam. Eles voltaram 11 anos depois, aparentemente de repente, com Third.

Tantos grupos agarraram-se ao Portishead que é fácil esquecer que em 1994 não havia nenhuma outra banda que soasse como o Portishead, nem mesmo o Massive Attack e Tricky, que compartilhava muitos sons superficiais, mas não uma sensibilidade, e isso é tão verdadeiro em 2008, anos depois que o trip-hop virou história.

Third é decididamente um álbum para não ser mostrado em bits de 30 segundos ou para ser ouvido aleatoriamente; uma rápida varredura pelas trilhas não dará uma ideia do que se trata. Exige atenção, exigindo esforço por parte do ouvinte, já que desafia quaisquer convenções sobre o que constitui o pop art além de um princípio fundamental, que muitas vezes é tentado, mas raramente alcançado.