No dia 7 de setembro de 1984, há 40 anos, era lançado Voluntários da Pátria, único disco da banda Voluntários da Pátria. Você confere as faixas do Voluntários da Pátria na Fakktory.
O álbum foi gravado pela Baratos Afins. Barella, guitarrista, recorda que ele foi lançado no dia 7 de setembro de 1984.
Para o baterista Thomas Pappon, o disco atira para tudo quanto é lado. "A banda foi formada num momento em que as pessoas viviam o fim da ditadura, com a MPB numa onda muito chata e o rock de fora virando referência".
O Voluntários estava entre as primeiras bandas de uma nova cena musical em São Paulo, com um disco que transparecia todas as influências como Gang of Four e The Cure. No Rio, um pop rock já entrava nas gravadoras (Blitz, Barão Vermelho e Lulu Santos).
Pappon reafirma o pioneirismo da banda. "Por aqui, chegar ao disco era coisa de uma grande gravadora se encantar com o seu som e gravar um LP. A gente sabia que em Londres a moçada estava fazendo a coisa por conta própria. Fomos os primeiros nisso".
"A gente achava que ia tocar no rádio", diz Nasi. "Poderíamos ter vendido mais discos", diz Barella, "mas as músicas voltaram vetadas da Censura Federal, com o carimbo que proibia a radiodifusão"
Frippi, o outro guitarrista, ressalta que as três faixas com mais potencial para sucesso foram censuradas: "Cadê o Socialismo?", "Verdades e Mentiras" e "O Homem que Eu Amo".
Nasi: "Nos anos 2000, apareceram umas bandas lá fora, tipo Interpol, Franz Ferdinand. Como a gente, elas foram influenciadas por Gang of Four, e tocaram bem em rádios. Acho que fizemos um som palatável às rádios de rock, mas antes da hora".
"Nós tínhamos informação. Hoje você tem o YouTube e vê tudo. Há mais de 35 anos, a gente tinha a iniciativa de ir atrás", Frippi. Segundo o baixista Gaspa, "Thomas era a bússola, ele tinha os discos".
Em 2019, com Nasi, Miguel Barella, Ricardo Gaspa, Giuseppe "Frippi" Lenti e Thomas Pappon, a banda se reuniu para uma apresentação no Centro Cultural São Paulo.