No dia 7 de setembro de 1979 era lançado Cut, álbum de estreia da banda The Slits.
Sua musicalidade amadora, canto menos do que afiado, ritmos densos e dub podem não ser para todos, mas não há como negar a natureza crucial do primeiro disco do Slits. Junto com discos post punk mais reconhecidos, como Metal Box do Public Image Limited, Y do Pop Group, e menos conhecidos como Rhythm Collision Dub do Ruts DC e Mad Professor, Cut mostrou um caso de amor com o estilo de reggae que se desenvolveu em pulsações profundas e efeitos desorientadores, fornecendo pouco foco em qualquer coisa além disso e arranhões periódicos da guitarrista Viv Albertine. Mas, mais importante, Cut colocou os Slits junto com os Raincoats e Lydia Lunch como as principais figuras de proa da expressão feminina desenfreada na era post punk. Claro, Hole, Sleater-Kinney e Bikini Kill ainda teriam acontecido sem esse disco (ainda havia os Pretenders e Patti Smith, apenas para mencionar alguns dos pioneiros menos subversivos), mas Cut colocou um entalhe indelével de seu próprio na categoria "influente", fornecendo um nível espirituoso raramente visto desde então.
Apesar da natureza menos polida e da robustez resistente às ruas, Cut é totalmente divertido e cativante; é cheio de ganchos memoráveis, sejam eles cortesia do lick de piano que carrega "Typical Girls" ou os vocais exuberantes de Ari Up. (Ouvir Up irá demonstrar que Björk pode não ser tão original quanto você foi levado a acreditar.).
Os fãs de cinema também devem conferir High Fidelity, em que uma cópia de Cut faz mais aparições do que muitas de suas coestrelas.