No dia 2 de outubro de 1984 era lançado Let it Be, terceiro álbum do The Replacements. Você confere as faixas do The Replacements na programação da Fakktory.
Let It Be é um grande destaque entre os álbuns de rock dos anos 80, geralmente considerado um dos maiores álbuns da década. Tão grande é sua lenda e tão universal sua aclamação que todos os elogios tendem a dar a impressão de que o quarto álbum dos Replacements foi concebido como uma declaração importante, pretendendo ser algo importante. Comparado a outros marcos subterrâneos de 1984, Let It Be parece em pequena escala, já que não tem a ambição grandiosa e extensa dos Double Nickels on the Dime do Minutemen ou a intensidade dramática do Zen Arcade do Hüsker Dü, ou se o outro lado do Atlântico é levado em equação, o senso limpo de propósito dos Smiths. Nada em Let It Be é limpo; é tudo uma bagunça irregular, oscilando descontroladamente de piadas sujas a baladas feridas, de descartáveis a canções que assombram em seu poder. Ao contrário de outros clássicos, Let It Be precisa daqueles descartáveis, aquele cover do Kiss, aquelas canções sobre Tommy tirando suas amígdalas e a ereção de Gary, aquele discurso retórico sobre rock, para iluminar o clima e dar ao álbum seu ritmo sem fôlego, mas também porque sem essas aparências, o álbum não seria verdadeiro os Replacements, que nunca separaram a alta e a baixa cultura, que celebravam o trash puro e relutantemente desnudavam sua alma. Essa mistura de arrogância e vulnerabilidade é o motivo pelo qual os Replacements foram talvez a banda mais amada de sua era, já que capturaram todo o caos e confusão da maioridade em meio à era Reagan, e Let It Be nada mais é do que uma vinda de álbum de idade, empoleirado precisamente entre a adolescência e a idade adulta.