Replicantes - O Futuro é Vortex - 13 de fevereiro de 1986
Álbuns / Singles
Publicado em 13/02/2025

Em fevereiro de 1986, era lançado O Futuro é Vortex, a estreia dos Replicantes. Você confere as faixas de Os Replicantes na programação da FWR.

A banda de Porto Alegre sempre se destacou por sua inteligência ao se distanciar dos arquétipos que permeiam a psique do punk, que, em grande parte, direcionava sua voracidade a críticas sociais e protestos contra o sistema, as desigualdades e sua ira contra a política imposta pelos grandes poderes. Não que eles ignorassem essas premissas, mas suas letras traziam outras provocações, revoltas e uma astuta ironia que servia de combustível. Se, por um lado, o punk em SP apresentava uma postura politizada, no restante do Brasil, a abordagem era focada em um discurso que não se limitava a esperar que algo surgisse desse viés.

Era 1986; enquanto o rock nacional era agraciado pelo grande Cabeça Dinossauro, dos Titãs, e a Plebe Rude lançava O Concreto Já Rachou, no meio de toda aquela sede por explosão sonora e velocidade, uma música conquistou o status de hino: “Surfista Calhorda”.

Os Replicantes tornaram-se a banda dos skatistas que ouviam, em seus walkmans, um K7 com o disco gravado, do surfista que não era calhorda e tomou de assalto aquele hit que desafiava os falsos surfistas, e dos punks que estavam sempre prontos para uma festa com os Dead Kennedys, pois eles sabiam o que era hardcore.

Os Replicantes também eram uma banda apreciada por aqueles que gostavam de Plebe Rude, Ira! e 365. Conseguiram, de uma forma especial, ser a banda de muitos sem se prender a um único universo.

Os resquícios da ditadura ainda resultavam em faixas censuradas. Entre elas, “Porque Não”, que veio picotada na frase: “Eu quero que o Caetano vá pra puta que o pariu… O samba me dá asma, bossa nova é de foder, prefiro tocar bronha e punkar até morrer”.

 

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