No dia 1 de fevereiro de 1988 chegava às lojas Children, segundo álbum do The Mission. Você confere as faixas do The Mission na programação da FWR.

A maioria das bandas costuma esperar dois ou três álbuns antes da "grande declaração", mas esse não é o caso do Mission. Claro, seu debut foi bem recebido (pelo menos por fãs e compradores de discos) e foi cheio de grandes momentos dramáticos e uma bela produção, mas nada igualaria o alcance da banda em seu álbum seguinte.

Começando com um dos mais longos fade-ins da história do rock, Children é uma extensão, o caso da soma das partes, com arranjos de várias camadas, várias cordas, vocais, guitarras e outros instrumentos em cada faixa e uma sensação indescritível que faz o álbum parecer muito mais longo do que realmente é. As arestas são suavizadas e as 12 cordas de Wayne Hussey soam mais limpas e cintilantes do que antes.

Quanto às próprias canções, os singles Tower of Strength e Kingdom Come obviamente se destacam, mas Fabienne, Heat, Child's Play e Wing and a Prayer ainda arrasam e Black Mountain Mist tem um toque Led Zeppelin inconfundível. Aliás, foi John Paul Jones o produtor. O homem que deu forma aos épicos mais extensos de Jimmy Page como baixista e arranjador principal de Led Zep, Jones não só dá credibilidade ao Mission, mas dá-lhes uma aparência mais madura e polida de som, corrigindo suas mudanças e deslocamentos, resultando em um som que é mais avançado do que o de seus trabalhos anteriores.

Em Children, o The Mission é dramático e grandioso, mas e daí? The Mission é uma banda dramática e grandiosa, cujos integrantes não têm medo de usar o coração na manga. Children é a prova disso, com certeza.

A vocalista Julianne Regan (da banda All About Eve) cantou os vocais em duas faixas, Beyond the Pale e Black Mountain Mist.